O novo álbum do Rogê, “Curyman”, marca o regresso do músico brasileiro ao estúdio. Nome de relevo no panorama da MPB, ele é o responsável pelas guitarras que podemos ouvir nos últimos lançamentos de Molly Lewis, habitual colaborador de Seu Jorge. Muitos artistas tentam explorar a música brasileira em todas as suas formas – da bossa nova ao samba – e, particularmente, buscam inspiração nas obras de mestres como Antônio Carlos Jobim, Caetano Veloso e Jorge Ben. E não apenas artistas brasileiros, mas os de todo o mundo; o próprio Rogê é uma combinação dos artistas citados acima.
Guitarrista, cantor e compositor da Lapa (coração do Rio de Janeiro), ele na verdade chama Los Angeles de lar, mas gravou “Curyman” como uma mistura de diferentes estilos de produção. Conhecida por seu trabalho com Menahan Street Band e Amy Winehouse, e como produtor de Charles Bradley, ele próprio é autor de álbuns incríveis. “Curyman” não é menos do que brilhante, com Rogê em completa forma, fornecendo instrumentais radiantes. Após dar pistas sobre o seu novo trabalho com os singles “Existe Uma Voz”, “Pra vida” e “Mistério da Raça”, ele nos encanta particularmente com a faixa “Se Eu For Falar de Amor”. Essa pérola captura um sentimento de pura alegria, calor e profundidade emocional através de sua voz desalinhada e desgastada, além do trabalho no deslumbrante violão e nas belas cordas de Verocai. Aqui, Rogê tenta reinventar a MPB através de uma nova lente de orquestração, além de um ritmo inebriante e sons ensolarados. “Se Eu For Falar de Amor” é o Brasil em toda a sua diversidade e riqueza.