Cole Pulice é um músico de Oakland, Califórnia, com uma musicalidade profundamente contemporânea. Geralmente, ele incorpora sintetizadores, saxofones e outros instrumentos de sopro processados sob suas produções eletrônicas. Pulice costuma oscilar entre o experimentalismo eletroacústico e uma ampla rede sonora que destaca sua versatilidade como compositor. Suas últimas apresentações estiveram envoltas de uma névoa maravilhosa enquanto ele navegava pelo jazz e a música ambient. Pulice também gosta de pisar no terreno do kosmiche – nome genérico atribuído às bandas experimentais da Alemanha do fim da década de 60 e do começo da década de 70. Gravada para a Longform Editions, “If I Don’t See You in the Future, I’ll See You in the Pasture” é uma força curatorial que se desenrola no decorrer de incríveis 22 minutos. Impressionantemente, ela foi gravada ao vivo em uma única tomada – sem sintetizadores ou computadores – enquanto Pulice trabalhava com uma série de pedais e tocava um saxofone tenor.
Aqui, ele entra na excelente série de trabalhos do selo Longform Editions, deixando o ouvinte em um mundo de tons nebulosos que reverberam em torno de gritos solitários de sax. Como todos os trabalhos da série, “If I Don’t See You in the Future, I’ll See You in the Pasture” o encontra trabalhando em um ambiente específico. A faixa nasceu de uma improvisação do festival “Drone Not Drones” com o intuito de refletir a perda e a interconexão – mudando e congelando seu tom com paisagens lunares desoladas. Nos primeiros 12 minutos, o efeito é completamente glacial. Em seguida, o sax avança em direção ao solo que desliza por um acorde suspenso pelo restante do seu tempo de execução. A princípio, há bastante espaço entre cada nota, como se Cole Pulice procurasse ecos no vazio. Então, na marca de 15 minutos, ele desliza sob o tom e salta uma oitava no sax. E cada vez que ele solta aquele riff – você saberá quando ouvir – você fica completamente hipnotizado. Eu não tinha certeza como rotular tudo isso, já que tem basicamente a duração de um EP. De qualquer forma, é um jazz ambient realmente lindo e uma canção inesperadamente prazerosa.