Há pouco mais de uma década, Katy Perry deu início a uma invejável sequência de hits. Agora, depois de celebrar uma temporada bem-sucedida como jurada do American Idol, ela lançou um novo hino sobre crescimento. “Never Really Over” explora o contraste simbólico das experiências de luz e escuridão de um relacionamento. Não importa como a coisa termine – ela nunca realmente acaba. Sempre haverá algum tipo de sentimento ligado a essa pessoa e algumas perguntas sempre vão aparecer na sua mente. Voltando às suas raízes, “Never Really Over” flutua naquele mundo crossover de pop e EDM que o Zedd costuma apresentar. Mas o refrão explora um sentimento nostálgico dos anos 80 que é completamente despreocupado e eufórico. Vai fazer você sorrir imediatamente e querer apenas dançar sobre suas lágrimas.
A música usa “Love You Like That” da norueguesa Dagny como base principal – dando a Katy Perry uma boa plataforma para trabalhar. Ela mantém as frases em staccato da música original, mas fornece vocais mais confiantes e desafiadores. Enquanto alguns podem achar um retrocesso para a era “Teenage Dream” (2010), as letras refletem uma maturidade que só vem com o tempo. Liricamente, ela luta com a ambivalência residual de uma antiga paixão. “Já faz dois anos, mas num piscar de olhos / Minha mente ainda me faz voltar”, ela canta. “Achei que já tinha acabado, mas acho que nunca realmente acaba”. A música decola após o melódico e peculiar pré-refrão.
Se Katy Perry olhou para o futuro no “Witness” (2017), ela explora o passado no videoclipe de “Never Really Over”. Mas em vez de voltar para o visual retrô e moreno de sua época de ouro, ela opta por uma longa peruca loira e estética hippie inspirada nos anos 70. Filmado em Malibu, o vídeo acontece dentro de um complexo onde ela participa de um retiro em busca de cura pessoal. Perry faz uso de medicina alternativa, como acupuntura e reiki, ora em volta de uma fogueira, pratica ioga e colhe suas próprias lágrimas. Musicalmente, “Never Really Over” possui sintetizadores propulsivos, acordes de piano, sons de relógio, percussão marcial e batidas de house. Uma canção electropop que traça um caminho promissor, enquanto captura uma paixão conflitante do passado – em suma, o refrão é um verdadeiro trava-língua.