Conhecidas por abordarem questões sociopolíticas, Dixie Chicks é um trio de música country vencedor de 13 Grammy Awards. No clima político atual, é difícil imaginar uma figura pública fazendo um comentário ruim o suficiente para realmente afetar sua carreira. Esse fato torna o retorno das Dixie Chicks ainda mais interessante. Depois que o público criticou os comentários da vocalista Natalie Maine sobre George Bush e a Guerra do Iraque, o trio lançou mais um álbum e, apesar de um triunfo comercial e crítico, não lançou mais nada desde então. Com “Gaslighter”, Dixie Chicks está de volta após 14 anos – mais brilhante do que nunca. A faixa-título e o single principal do seu próximo álbum de estúdio, que será lançado em 01º de maio de 2020, é uma canção depreciativa, entregue na forma de um country fervoroso. Apesar de participar de músicas da Beyoncé e Taylor Swift, “Gaslighter” é o verdadeiro retorno do grupo – com todas as assinaturas maravilhosamente distintas que as tornaram um dos melhores atos de música country.
Produzido e co-escrito por Jack Antonoff, “Gaslighter” lida com o colapso profundamente pessoal do casamento de Natalie Maines. Sua voz está tão nítida e imaculada como era há mais de uma década, conforme o trabalho vocal e instrumental de Emily Robinson e Martie Maguire fornecem um apoio magistral. “Gaslighter” combina os golpes políticos e a raiva que fizeram de “Taking the Long Way” (2006) um trabalho tão definitivo. Em 2003, o mundo não estava preparado para três mulheres terem sua própria opinião a respeito do clima político. Em 2020, esse fato mudou, e a Dixie Chicks teve muito a ver com isso. “Manipulador, negando / Fazendo qualquer coisa para chegar o mais longe possível / Manipulador, o maioral / Repetindo todos os erros do seu pai”, elas cantam harmoniosamente no refrão. O canto autobiográfico é uma forte indignação após a emancipação da crise de meia-idade sob uma batida de tambor pulsante.
Já se passou tanto tempo entre os lançamentos da Dixie Chicks, mas o trio do Texas finalmente lançará um novo disco. O seu oitavo álbum de estúdio seguirá por uma nova direção, mas ainda incorporando a vulnerabilidade e narrativa que sua música sempre capturou. O refrão cativante ficará imediatamente preso na sua cabeça e continuará circulando por horas, enquanto você começa a se perguntar o que o resto do álbum apresentará. Ao longo da música, fica claro que elas estão dirigindo-se a um ex que as magoou várias vezes. Eles chamam essa pessoa de “mentirosa” e “manipuladora”. É um hino de separação tão perfeito para este ano como teria sido para os anos 90. Dixie Chicks continua explorando sentimentos cruéis, mas também reina com seu som encantador. O banjo, violino e o ritmo otimista contribuem para uma maturidade esperançosa e plenamente realizada. Há um pouco de loucura, um pouco de alívio e uma grande autoconfiança. Com seu ritmo dinâmico, “Gaslighter” mescla o otimismo dos seus primeiros discos com o power pop do “Taking the Long Way” (2006). Além de suas harmonias vocais, ainda radiantes, sua marca registrada soa tão bem-vinda e familiar, que sua mensagem de empoderamento se espalha de forma igualmente alegre e desafiadora.
