Em “POP”, quarta faixa do novo álbum do Lil Uzi Vert, ele volta a se gabar de suas proezas sexuais, mas, novamente, fica tão charmoso que você não pode deixar de perdoá-lo pelos clichês. Pode-ser dizer que esta música é o coração pulsante do “Eternal Atake” – afinal, aqui podemos encontrar páginas dos manuais de rappers como Chief Keef, Playboi Carti e Waka Flocka Flame. A repetição ficou por conta da palavra “balenci” – isso ficará tanto tempo presa na cabeça que você vai querer batê-la na superfície dura mais próxima, seja por irritação ou excitação. Mais uma vez, Uzi Vert combina características do SoundCloud com uma forte entrega vocal; embora repetição não seja novidade para ele. A reiteração de uma única frase no lugar de um refrão pode parecer chocante e sem inspiração.
No entanto, “POP” eleva sua personalidade ao extremo, perfurando influências antes de oferecer um dos ganchos mais eficazes do álbum – um momento de tirar o fôlego. A produção é invulgarmente árida, devido aos sons espaciais do resto do álbum. Além dos versos sólidos, o padrão de bateria faz com que Uzi pareça cada vez mais distinto. Sem dúvida, a forma como ele grita “balenci” diretamente pelo nariz, faz parecer que ele está tentando exorcizar alguma coisa; e então ele grita mais quinze vezes. Seu rap é o elemento mais impressionante do “Eternal Atake” – porém, parece que ele gravou “POP” depois de presenciar algum freestyle do G Herbo. O refrão é totalmente ridículo, mas difícil de negar a cativação; dê créditos a ele pela variedade de coisas que ele faz com a voz. Além dos soluços espásticos, a batida é igualmente autodestrutiva. Em relação ao lirismo, muitos podem achar que é desapontante por causa das repetições – inclusive o refrão pode ser visto como exagerado. No entanto, está longe de ser uma coisa ruim. Lil Uzi Vert está no seu melhor em músicas como “POP”, onde sua energia é incomparável e seu rap é imaculado.
É literalmente como se ele não fosse humano da maneira como une as palavras e pinta suas imagens. O fluxo aberto, semelhante a uma máquina, prova que ele ainda é capaz de descarregar músicas como “XO TOUR Llif3” e “Free Uzi”. “POP” é o lugar onde ele está mais surpreendente: a peça central da seção de abertura do “Eternal Atake”. Atuando sob sua personalidade de Baby Pluto, Uzi utiliza um gancho irritado para transformar frases inteiras em uma única palavra. “Brilho no pescoço, brilho no pulso, brilho no punho”, ele late. Uzi está em uma forma rara e, quando seu rap atinge um ponto febril no último verso, é fácil acreditar que ele é de outro mundo. Desde a capa do álbum até o sequestro de OVNIs por seu curta-metragem, fica claro que Uzi quer parecer um alienígena. Ser “alienígena” passou a representar não apenas sua excentricidade, mas sua evolução, seguindo os passos de rappers como Future e Lil Wayne. “POP” não é completamente inovadora, mas não deixa de ser espetacular. Sob a produção de Brandon Finessin e Oogie Mane, Uzi fornece uma performance de alto nível.