Depois de ser arrancado do desconhecido, Juice WRLD se tornou um dos maiores artistas do ano. Do ponto de vista musical, ele e Future podem ser considerados uma dupla promissora. Em “Fine China”, eles coexistem harmoniosamente – uma parceria auto-sintonizada sob os cuidados da produção radiante de Wheezy. Uma ode otimista direcionada à todas mulheres que passaram pelas suas vidas ao longo dos anos. Embora sua carreira ainda esteja em seus estágios iniciais, Juice WRLD nunca foi um letrista formidável. Portanto, o problema surge quando tentamos entender suas escolhas líricas. Construir um refrão inteiro em torno da linha “baixinha como um prato de mil dólares, porcelana fina” é muito desnecessário. Qual a lógica de comparar sua namorada com uma porcelana fina? Sua voz afetada lembra a sensibilidade pop punk, mas o conteúdo lírico possui vários passos em falso. Primeiro, Juice soa constrangedor – “então eu pulo na buceta como um lago, sou um mergulhador” – e rapidamente se torna desagradável – “e o último homem dela era um bucetinha, tinha uma vagina”. E quando nada poderia ficar pior, ele fica completamente ofensivo: “Então, se ela for embora, eu mato ela, ela vai morrer”. Nesse momento, Juice WRLD se torna completamente problemático e agressivo.
É assustador a forma como ele lida com a misógina e o feminicídio de forma tão natural. Enquanto aborda um romantismo obsessivo, “Fine China” possui linhas muito hostis. Quando Future chega, ele soa desequilibrado – balançando entre diferentes estilos vocais e entregando palavras com vigor. Através de sua voz áspera, ele fala sobre viajar pelo Sistema Solar com sua namorada. Musicalmente, “Fine China” é uma peça de hip hop envolvida por linhas de baixo e percussões que flertam habilmente com o pop-rap e o trap. Ela se beneficia da brevidade e é intencionalmente hilária, mas peca drasticamente pelas letras grosseiras.