Na semana passada, Earl Sweatshirt surgiu abruptamente para lançar seu novo single. Os fãs ficaram empolgados ao vê-lo de volta, após os rumores de um possível álbum percorrer a Internet. Ele não lança um disco desde 2015 e os fãs estão ansiosos por novos projetos antes do final do ano. A mídia continua especulando que 30 de novembro é uma data para ficar atento, mas o próprio artista não confirmou nada sobre isso. Depois de três anos fora dos holofotes e promovendo novas alianças criativas, ele voltou com a música que sempre quis fazer. Isso favorece seu progresso, de prodígio de boca suja a autor confiante – uma jornada que ele começou com o apropriado “I Don’t Like Shit, I Don’t Go Outside” (2015). A perda de seu pai em janeiro deste ano – pouco antes de planejarem se reunir e ter uma “conversa muito esperada” – acrescentou um senso de gravidade ao seu trabalho.
“Não ter esse momento me permitiu descobrir muito comigo mesmo”, ele disse em um comunicado à imprensa. “The Mint”, o novo single do seu provável terceiro disco, “Some Rap Songs”, fornece uma perspectiva experiente sobre a vida e a morte. Apresentando uma produção amável e discreta de Black Noi$e e um verso do rapper de Nova York Navy Blue – membro do coletivo Slums NYC -, “The Mint” contém altos e baixos, e observações perspicazes. É descritiva, não prescritiva – e apenas obliquamente sobre o Earl Sweatshirt. Aqui, ele explica o motivo do seu hiato: “Dois anos desaparecidos, eu estava vivendo a vida”. Ele parece estar com o coração pesado, mas ainda sabe fazer rap. Em outro momento, ele chama pelo seu amigo, o rapper MIKE; e mais tarde, condena a gentrificação (“Drogados invadindo a região para estuprar a terra”) e faz o resumo mais engraçado e conciso do hip hop que eu particularmente já ouvi. É o tipo de reflexão que pode ser alcançada, ao que parece, somente depois de perceber que a tragédia é indiferente às suas realizações pessoais. Sobre o instrumental sonolento e sem qualquer refrão, eles apenas cospem linhas cruas sem qualquer piada aleatória. “The Mint” é um murmúrio nebuloso com elementos lineares – mais uma vez, Earl Sweatshirt se sente confortavelmente em casa.