Algumas horas mais cedo, a banda Sleater-Kinney divulgou o seu novo álbum de estúdio. “The Center Won’t Hold”, o seu primeiro disco desde a reunião de 2015, une as amadas titãs do indie rock à St. Vincent como produtora. Os dois primeiros singles, a elegante “The Future Is Here” e a frenética “Hurry on Home”, demonstraram com perfeição o alcance dessa colaboração. Mas é a penúltima faixa, “The Dog/The Body”, que detém o maior potencial do álbum. É a música mais tradicional encontrada por aqui, apesar de ser sobre um amor desgastado. Dessa vez, Carrie Brownstein explora a abjeção do amor de maneiras que atendem ao padrão Sleater-Kinney de complexidade. Sua auto depreciarão – “Eu sou apenas o truque sem a mágica” – voa sob o riff de guitarra antes de explodir de forma clássica e oscilante. As guitarras tocam perfeitamente sobre sintetizadores – é aquele momento que precisa de isqueiros e celulares no ar durante a turnê – mesmo que a baterista Janet Weiss não esteja na estrada com elas. As coisas desmoronam, mas Sleater-Kinney não fica sem uma canção que encontra triunfo na desconexão. É auto dissecação e celebração ao mesmo tempo. “The Dog / The Body” foi escrita por Brownstein na época da morte de Tom Petty. A banda, juntamente com a St. Vincent, queria que ela fosse aquela música que seria cantada ao final da noite em um bar. Na superfície, é exatamente isso, mas por baixo é uma balada devastadoramente atraente.
Review: Sleater-Kinney – The Dog/The Body
Postagem anterior