Jenny Hval é uma cantora e romancista norueguesa com sete álbuns solo – dois sob o pseudônimo de Rockettothesky e cinco sob o seu próprio nome. Em 2015, ela lançou seu quinto álbum de estúdio, “Apocalypse, girl” (2015), para muitos elogios da crítica. No ano seguinte, compartilhou “Blood Bitch” (2016), um álbum conceitual influenciado por vampiros, menstruação e filmes de terror dos anos 70. Para ser sincero, é estranho ouvir um novo disco da Jenny Hval e desejar que ele seja menos acessível. Embora cada um dos seus lançamentos sucessivos tenham recebido elogios por justamente serem relativamente acessíveis. Seus discos anteriores são frequentemente abstratos e provocativos, brilhantes não pelo seu imediatismo, mas pela maneira como se mantêm.
“Ashes to Ashes”, o primeiro single do seu próximo trabalho, “The Practice of Love”, pode soar como mais um ato indie interessante tentando experimentar o synth-pop de luxo. Porém, a música se revela como uma reformulação astuta do que Jenny Hval estava fazendo durante todo esse tempo. Em suas melhores canções, ela costuma apresentar gentilmente reflexões gnômicas sobre o corpo humano, a criatividade e a sexualidade, com sons aventureiros que mudam de forma e avisam o quão estranho e grotesco tudo isso é; “ser uma pessoa física que pode se reproduzir e morrer”. Com “Ashes to Ashes”, Jenny Hval faz tudo de uma nova maneira. Ganchos cativantes, altas pancadas e brilhos estroboscópios tornam-se um cavalo de Troia para uma série de reminiscências sobre sonhos e pesadelos, nessa ordem – entregues com a mesma elegância descontrolada que você esperaria de uma estudante interessada em Kate Bush e Björk. No final da música, esses devaneios parecem se misturar, enquanto a narradora parece cavar sua própria cova. Jenny Hval pode estar mais acessível aqui, mas diferente de qualquer outra coisa, ela nunca se torna chata.