Kelly Lee Owens se lembra de escrever poesia quando era criança e que estar perto da natureza lhe deu tempo e solidão para tal ofício. Mais tarde, quando adolescente, ela cantou no coral da escola e aprendeu a tocar baixo e bateria. Aos 19 anos, Owens mudou-se do País de Gales para Manchester para trabalhar em um hospital de tratamento de câncer. Enquanto trabalhava como auxiliar de enfermagem, ela usava suas férias remuneradas para ajudar a administrar festivais locais de música indie. Segundo ela, foram os pacientes que a incentivaram a seguir sua carreira musical. Sua música pisa no terreno do dream-pop e synth-pop, e a maior parte do seu catálogo já foi comparado com Arthur Russell. Seu álbum auto-intitulado mostrou sua capacidade de esculpir um som próprio. Não é à toa que sua música costuma ter um espaço específico para sua produção em camadas. “Melt!” é o primeiro esboço do seu próximo álbum de estúdio, intitulado “Inner Song” – ele finalmente será lançado em 2020 após 3 anos de espera.
A produção submersa de “Melt!” é gelada por si só, mas as letras também reforçam esse sentimento, enquanto o sintetizador é tão singular que ganha vida própria. Se baseando em seu próximo projeto, o ritmo contribui tanto para ser tocado em uma balada quanto para um tema mais sério. Trata-se de uma dança fantástica atada com uma síncope atmosférica propínqua. Kelly Lee Owens é o tipo de artista que sabe como utilizar amostras arraigadas e criar algo totalmente novo. “Gelo, quanto mais você vê / Quanto mais você vê”, ela canta insistentemente.