Gloria Groove finalmente lançou “Radar”, o último single do EP audiovisual “Affair”. A faixa final do novo projeto era muito aguardada pelos fãs, porque encerra o desfecho de uma história contada fora de ordem por meio de cinco canções. A direção do videoclipe, onde ela também aparece desmontada como Daniel Garcia, ficou por conta de João Monteiro. Ela percebeu que cada composição do EP retratava alguma fase específica de um envolvimento amoroso. A primeira é “Vício”, representando o envolvimento. A segunda “Suplicar”, a paixão. A terceira “Sua Voz”, a desilusão. A quarta “Sinal”, a esperança. E “Radar”, a superação. O nome do EP surgiu na busca de achar uma palavra que expressasse a tensão sexual das composições e a elegância do R&B. A escolha de “Radar” como último single reflete a intimidade da artista, que preferiu colocar sua persona e intérprete lado a lado. Gloria Groove é uma cantora excepcional e navega pelo R&B com extrema facilidade.
Dessa vez, as batidas de funk de “Bumbum de Ouro” foram deixadas de lado, em favor de um ar mais sensual e um canto mais delicado. “Olhando nossas fotos do passado / O perigo estava lado a lado”, ela canta de forma envolvente nas primeiras linhas. “Eu entendo tudo isso agora / Que não tem vilão na nossa história”. Embalada pela bateria eletrônica, pelo riff de sintetizador e pelo contrabaixo, Gloria Groove mostra o quanto amadureceu. Sua versatilidade surge em favor de uma maior intimidade com o ouvinte. O tom perfeito, o alcance emotivo e o clima romântico a leva para fora da zona de conforto. “E estou aqui sem saber o que falar / Pra minha vida você estava fora do radar”, ela canta com um falsete irresistível antes de proclamar no refrão: “Baby, você não viu / Baby, você não viu / O que você perdeu / O que você perdeu / Eu, eu, e-e-eu, eu”. Se a arte de Gloria Groove se restringia apenas ao rap, funk e pop, “Radar” não deixa dúvidas que o seu talento vai muito além. Ela se permitiu caminhar por outro território sonoro e o resultado foi fascinante: o ritmo mais lento, intimista e melódico de “Radar” é realmente deslumbrante. É o seu trabalho mais ousado até o momento e parece apresentar o estilo que melhor combina com o seu tom de voz.