Nascida nos Estados Unidos, a artista descendente de noruegueses e mexicanos Carmen Villain anunciou que seu quarto álbum, “Only Love From Now On”, será lançado em 25 de fevereiro de 2022. Ontem, ela também apresentou o primeiro single, “Gestures”, uma peça cósmica e percussiva com participação de Arve Henriksen, no trompete. O culminar de algo que começou com uma mudança de som evidente em “Both Lines Will Be Blue” (2019) – e posteriormente explorado em lançamentos subsequentes como “Affection in a Time of Crisis” (2020) e “Sketch for Winter IX: Perlita” (2021) – “Gestures” apresenta o desabrochar estético de Villain em algo inesperado, benevolente em sua compostura e totalmente exuberante em sua sensualidade. Ela, cujo nome verdadeiro é Carmen Hillestad, passou os últimos nove anos desvendando a música através de um impulso emocional.
Nos últimos anos, ela colaborou com nomes como Jenny Hval, Parris, Biosphere e DJ Python. Sua jornada é uma desconstrução musical artística, mas também um crescimento espiritual. Ouvir “Gestures” é igualmente reconfortante e sedutoramente estranho, com Henriksen inserindo elementos ocasionalmente abstratos. Empregando uma instrumentação formada por instrumentos de sopro, percussões e uma composição cuidadosa, Hillestad mostra suas tentativas deliberadas de experimentar novos métodos. A música soa como uma gravação de campo dentro de uma floresta no espaço, conforme a percussão primordial e os drones de sintetizador contracenam com os gorjeios da trombeta de Henriksen. O teor emocional de “Gestures” é claro e significativo. Liricamente, é alimentada pelo senso de nos sentirmos pequenos diante de coisas tão grandes e a escolha de tentar focar no amor em vez do medo.
Se tudo isso revela uma tensão política silenciosamente resistente em seu trabalho, também é enfatizado pelos artistas visuais aos quais ela faz referência nos títulos das músicas. “Gestures” refere-se ao vídeo de Hannah Wilke com o mesmo nome de 1974, um trabalho desconfortável que explora a violência por trás do olhar masculino. Em suma, a canção revela a busca incessante pela verdade, ternura e autodescoberta de sua criadora. A faixa foi lançada com um visual animado da capa de “Only Love From Now On”, na qual um feixe celestial policromático percorre lentamente um mar de copas de árvores em preto e branco.