Review: Joe Rainey – once the reaper

Este ano, o cantor de powwow Joe Rainey lançou seu primeiro álbum, intitulado “Niineta”. Neste projeto, ele apresentou histórias da comunidade indígena inspirado pela cultura dos povos indígenas norte-americanos – além de sua voz triunfante, o LP apresenta amostras de outras cantores de powwow e produção de Andrew Broder. O seu novo single, “once the reaper”, é uma tempestade de raiva e dor. Rainey continua lutando por aqueles que morreram – o título da canção destaca seu desprezo pelo “ceifador” que leva seus entes queridos cedo demais. Sua voz se eleva através de um som eletrônico, que aumenta constantemente em volume e intensidade através das batidas industriais. No entanto, também há momentos de alívio, que te dão chances de recuperar o fôlego. Lançado antes do Dia de Ação de Graças, “once the reaper” é um lembrete necessário das injustiças sistêmicas contra os nativos americanos e dos mitos perpetuados em torno do feriado. A voz de Joe Rainey é um instrumento flexível e expressivo que nem mesmo a repetição pode atenuar totalmente sua força. A batida cambaleante de Broder ameaça dominá-lo enquanto os samples e o bumbo recuam diante da escuridão. No desenlace prolongado da canção, sua raiva se dissipa em um ambiente sobrenatural quando uma voz incentiva o ouvinte a orar. Nesse trecho final, alguns sons te levam para um ambiente terno quando risos e choros são ouvidos ao lado das palavras tranquilizadoras de uma figura patriarcal.