Joy Orbison e Overmono juntam-se a um enorme novo disco de 12″ para a XL Recordings. Dois dos mais respeitados e excitantes produtores da música eletrônica do Reino Unido, uniram forças para lançar um single que já está obtendo uma recepção arrebatadora. Mas o novo projeto vem de um lugar improvável – o bairro rural de Bromley, em Londres. O estúdio de Overmono, localizado em uma antiga gráfica de revistas, já tinha uma rica história na dance music do Reino Unido antes da chegada dos irmãos Tom e Ed Russell, sendo usado por vários artistas e DJs de destaque desde os anos 90. Sair da cidade diariamente para ir ao estúdio no subúrbio de Bromley – na direção oposta à rotina diária habitual – ajudou a sustentar a criatividade da dupla.
Compartilhando os mesmos sentimentos dos irmãos Russell, Joy Orbison tem sido um marco na cena britânica por mais de dez anos e a emoção ainda borbulha sempre que ele lança um novo álbum. Essa colaboração dificilmente poderia parecer mais natural; duas faixas intrincadas e detalhadas com uma sensação distintamente britânica. Tanto “Bromley” quanto “Still Moving” são uma homenagem ao lugar onde elas foram feitas, um momento no tempo ligado e influenciado inextricavelmente por essa geolocalização específica. Eu não poderia dizer onde ou quantas vezes eu ouvi “Bromley” antes, mas eu a reconheci instantaneamente. Há uma razão simples para isso: “Bromley” é uma arma com uma amostra muito cativante. Como tal, teve forte apoio de DJs como Ben UFO e Four Tet. Mas, samples de lado, seu charme é discreto, sem grandes sintetizadores ou quebras de jungle, apenas um loop de bateria, algumas almofadas e amostra repentinas e bem cronometradas.
Como “Le Tigre”, canção de Overmono, “Bromley” é uma espécie de lobo em pele de cordeiro. É mais duro e percussivo que seu antecessor, mas se desenrola sem muito alarde, carecendo de momentos climáticos ou termos caracteristicamente distintos. Isso tudo muda em 3:43, quando a batida cai e uma voz espontânea irrompe. A amostra vocal é incrivelmente distorcida; é tudo sobre a energia que o falsete traz para a música, e o buraco que ele deixa quando silencia mais uma vez, desaparecendo tão inesperadamente quanto apareceu. O vocal retorna um punhado de vezes, e de alguma forma permanece quase tão surpreendente. Cada vez que a voz desaparece, a bateria continua como se nada tivesse acontecido. “Still Moving”, por outro lado, é um banger enlouquecido construído para sobrecarregar e fechar as pistas de dança. As impressões digitais de Overmono estão em todos os sintetizadores, que incham repetidamente antes da ágil percussão retroceder. A bateria, intrincada e funky, lembra EPs lançados recentemente pelo Joy Orbison.