The War on Drugs voltou oficialmente com o título e a data de lançamento do seu quinto álbum de estúdio – “I Don’t Live Here Anymore” será lançado em 29 de outubro via Atlantic Records. Ontem, o grupo compartilhou o primeiro single do LP, intitulado “Living Proof”, que por acaso é a abertura do álbum. O videoclipe captura exatamente o que uma música da banda lembra: andar em um caminhão velho e enferrujado por uma estrada de terra com uma guitarra no banco do passageiro, enquanto as sombras dos galhos das árvores passam por cima.
Musicalmente, “Living Proof” apresenta o vocalista Adam Granduciel cantando docemente sobre um rápido dedilhado acústico. Piano, sintetizadores atmosféricos e percussões ajudam a construir a espinhal dorsal da música. “I Don’t Live Here Anymore” marca o primeiro álbum da banda em quatro anos, após o celebrado “A Deeper Understanding” de 2017, que ganhou o Grammy de “Melhor Álbum de Rock”. The War on Drugs começou a criar o novo álbum não muito depois da vitória do Grammy em 2018, com Granduciel, o baixista Dave Hartley e o multi-instrumentista Anthony LaMarca retirando-se para um estúdio no interior de Nova York. Dito isto, “Living Proof” é uma peça intimista que percorre uma caminhada desolada através de um som acústico farfalhante.
Embora não seja um disco solo de forma alguma, é a composição mais introspectiva que ouvimos de Adam Granduciel há algum tempo. Os dedilhados acústicos de Waltzy permanecem constantes enquanto outros instrumentos são construídos ao seu redor. Granduciel está aparentemente buscando algo que foi embora, ou talvez nunca tenha existido. “Eu desci para a esquina, eles estão construindo no meu quarteirão / Talvez eu tenha demorado muito, não posso voltar”, ele canta enquanto o piano se desenvolve em torno de sua voz, acompanhado pelos tambores, antes de cair em um ritmo mais convencional quando ele admite: “Mas estou subindo / E estou danificado”. É The War on Drugs por excelência. O solo de guitarra encerra a canção – adicionando alguma familiaridade – mas a verdadeira estrela da música é a voz de Adam Granduciel. Resistente e quebrada, é a mesma voz familiar, mas diferente. É como uma pintura antiga, rachada e desbotada pelo tempo, mas ainda cheia do caráter vibrante que guarda a essência do que sempre o prendeu.